Nesta segunda-feira, 6, presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o governo de Lula (PT) ainda não construiu uma base sólida para aprovação das reformas estruturais no Congresso Nacional. O clima entre os deputados e senadores preocupa a base governista, que tem se esforçado para atrair votos de parlamentares de diferente correntes políticas em favor da reforma tributária, por exemplo. Para falar sobre o tema e também a respeito das movimentações e alianças entre os partidos no Congresso, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o presidente nacional do Solidariedade e ex-deputado federal, Paulinho da Força.
Para o político, o governo de fato ainda não tem uma base firme e errou em suas articulações: “É um processo delicado. Eu brinco com alguns amigos que o governo tinha 140 votos, distribuiu 39 ministérios e ficou com 180. É a conta que nós fazemos aqui hoje. O governo oficialmente não tem mais do que 180 votos na Câmara dos Deputados. Talvez no Senado tenha um pouco mais de folga, mas na Câmara o governo tem dificuldades. É um processo de negociação que o governo vem fazendo”.
“Quando tiver uma pauta complicada, nas minhas contas, o governo vai perder algumas votações importantes no Congresso nas próximas semanas (…) O governo fez algumas medidas provisórias que têm polêmicas. Essas medias provisórias polêmicas deverão ter dificuldades. Lógico que o governo tem negociadores e os negociadores estão em campo, conversando e tentando atrair deputados de outras siglas (…) Acho que vai ter dificuldades.
Quando você tem matéria polêmica, você tem que ter uma base mais firme. O governo não tem uma base firme hoje no Congresso, não construiu essa base. O presidente Lula sabe disso (…) A construção disso não é fácil. Por exemplo, eu poderia apontar alguns erros. Será que o governo precisaria ter dado três ministérios para o União Brasil e não ter o União Brasil? Ter dado três ministérios para um determinado partido que você não tinha um acordo para poder compor aquele ministério. Nessas dificuldades que o governo, no afã de construir maioria, acabou errando. Eles terão dificuldade e terão que renegociar tudo de novo para poder ter maioria”, explicou.